Cachaça Cinema Clube - Ficção Científica


Há pouco mais de 100 anos atrás, a célebre invenção dos irmãos franceses, o cinematógrafo, serviu tanto para registrar os operários saindo das fábricas quanto para representar viagens e mundos imaginários... E, explorando planetas distantes ou especulando sobre o futuro, os filmes de ficção científica tornam-se meio para reflexão das sociedades e do tempo presente. Assim nos mostram Metropolis, Alphaville, La Jetée, Farenheit 451, Laranja Mecânica, Stalker... alguns dos mais geniais filmes da história do cinema. E, claro, são também ficções científicas as obras mais populares e rentáveis do planeta, que o digam os ETs, Aliens, Exterminadores, Navis e por aí vai...

O Cachaça Cinema Clube do dia 10 de março embarca então neste gênero do cinema, aproveitando uma excelente safra de novos curtas e homenageando aquele que é considerado o seu precursor, Georges Méliès.

Éternau é uma vertiginosa viagem no espaço-tempo, obra do casal de artistas Gustavo Jahn e Melissa Dulius. O filme tem a beleza da matriz analógica, matéria-prima das pesquisas estéticas da dupla, e seu colorido fixa-se nas retinas por muito tempo...


Flash Happy Society, de Guto Parente - recentemente premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes pelo longa Estrada para Ythaca - mostra uma sociedade vítima de paranóia registrativa, viciada em megapixel, escrava de aparatos e ansiosa por eternizar todos os momentos vividos.



Pimentípoli é uma aventura que se passa no futuro do passado, envolvendo espiões e segredos de máxima importância para a humanidade. Filmado em Berlim, Recife, Rio de Janeiro, Petrolina e Paquetá, contando com um elenco estelar, o filme é a nova superprodução de Eduardo Souza Lima, mais conhecido como Zé José. E terá no Cachaça a sua estreia brasileira.


Estreia também, em tela carioca, o novo filme de Kleber Mendonça Filho, Recife Frio. O filme retrata um enigmático incidente climático e suas consequências na metrópole nordestina. E já nasce um clássico. Sarcástico e afetuoso, engraçado e reflexivo, o filme acompanha um movimento atual de revisão da cidade, presente em vários outros filmes pernambucanos, e é, nas plavras de Kleber, "um lamento de amor" sobre o Recife.

Para fechar exibiremos, com o apoio da Cinemateca do MAM e ajuda de Hernani Heffner, fragmentos espetaculares da obra de Georges Méliès, em película. O cineasta, que em 1902 dirigiu Viagem à Lua, uma das primeiras ficções científicas que se tem conhecimento, era um mestre do ilusionismo e seu trabalho foi fundamental na construção da linguagem cinematográfica a serviço dos sonhos dos homens.
Após os filmes, acontece a tradicional degustação de Aguardente Claudionor, caninha mineira da cidade de Januária, eleita a terceira melhor cachaça do Brasil.

Na festa, apresentação flamejante de Os Vulcânicos . A banda é responsável pela cena rock mais genuína da Lapa, apresentando todas as sextas, em um boteco pé-sujo, clássicos do rock n’roll, rockabilly, surf music, garage, blues e jovem guarda. Antes e após o show, DJ H, o frontman do rockambo tupiniquim, ataca com Stray Cats, Elvis, Chubby Checker, Damaso Perez Prado e de quebra homenageia o semideusDavid Bowie, autor de Space Oddity, a trilha sonora rocker por excelência da ficção científica. 

A bilheteria só funciona para a sessão de filmes. Chegue cedo. 


Dia 10 de março, às 21h, no Cinema Odeon Petrobras

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